quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ode a São Marcos (parte 2)

Naquela noite Palmeirenses e Corinthianos não dormiram. Era a tão esperada semifinal da Copa Libertadores do ano 2000, certame arrastado aos pênaltis. De um lado, Marcelo Pereira Surcin, ídolo alvinegro, deus da nação corinthiana e irrevogavelmente objeto de adoração do time de Parque São Jorge. Do outro, Marcos, que já assumira sua posição de santo, sua metafísica e seus poderes sobrenaturais na baliza do time de Parque Antártica. Não mais que uma defesa - um passaporte à final (da qual o Palmeiras sairia vencido) e a confirmação da sua posição de futuro busto da academia, peça de culto da torcida palmeirense. Marcos agora estava felizmente condenado a ser mais um eterno da história palestrina.

E não só na história palestrina. Marcos não se contentou e foi eterno mais uma vez - e dessa vez em grande estilo, conquistando a Copa do Mundo com atuações irretocáveis, milagres como de costume, destacando-se defesas contra Bélgica e Inglaterra. Nessa passagem no começo da década surge mais uma baixa na carreira do atleta: o rebaixamento da sociedade Esportiva Palmeiras.

Assediado, o ídolo não seguiu o caminho de tantos outros - Francisco Arce, Christian e Nenê são só alguns exemplos - e permaneceu no time, para mais uma vez voltar enquanto todos pensavam que sua fase já passara. Foi sua primeira volta do pó, do terrão e do estaleiro, mostrando o quão Marcos era sua capacidade de sê-lo.

A segunda volta foi mais sofrida e um tanto grandiosa também, pra se falar a verdade.Lesionado e já substituído pór Diego Cavalieri, contava os dias para sua aposentadoria perambulando entre consultórios da medicina esportiva paulistana quando fora resgatado para a disputa do Campeonato Paulista de 2008. Mais do que um resgate, uma vitória: Marcos volta a conquistar com o Palmeiras um título importante e renascendo como para ficar entre as traves, na memória e no coração de uma torcida.

Ao acordar no último 4 de agosto, Marcos não deve nem de longe ter se sentido mais velho. Enquanto qualquer um se daria por satisfeito, Marcos ainda vislumbra e sabe que pode dar muito ao futebol nacional. Tendo conquistado o título máximo que um mortal pode conquistar pela sua seleção, o grande objetivo de Marcos é o Campeonato Brasileiro, título que ainda não consta em seu premiado currículo de vencedor. Parabéns, Marcos!

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